quinta-feira, 31 de julho de 2008

Wall-e


Hoje revi Wall-e, e posso dizer que, por mais que não seja cinema, é um dos meus filmes do ano.
Sempre admirei a Pixar, sempre. O seu uso da linguagem de animação, a inteligência com que tratava o público infantil, a força criativa.
Todos esses aspectos estão presentes em todas as suas produções, mas creio que ainda assim Wall-e represente uma grande evolução para o estúdio.
Até então não havia visto uma preocupação tão ostensiva com a estética do filme. Cada quadro de Wall-e parece ter sido obscessivamente pensando e repensado até ser enfim concebido. Pode ser meio tolo falar nesses termos de uma animação, tendo em vista que todos os pertencentes a essa categoria são fruto de um trabalho exaustivo de concepção. Mas em Wall-e creio que esse esforço vá além.
Monstros S.A. já era, para mim, uma obra-prima da Pixar. Sua força não estava apenas no conteúdo interessantíssimo, mas na forma como ele era apresentado e como nós éramos apresentados para o mundo ali retratado. Wall-e faz dessa "apresentação" de um novo mundo uma verdadeira imersão. Na riqueza de nuances, dos cenários aos personagens, da trilha sonora aos "enquadramentos" (não sei se é possível utilizar esse termo quando se trata de animação), somos tragados para o mundo de Wall-e, e todas as suas implicações. Muito mais do que "passar" uma pretensa "mensagem" de "salvem o planeta", o filme tem sua verdadeira beleza na FORMA que encontra de criar (e não apenas reinterpretar) o mundo interno de um robô solitário, e de fazê-lo tão brilhantemente que o entorno é contagiado. Por mais estranho que seja falar de sentimentos de espontaneidade em um filme onde tudo foi devidamente planejado, creio ser impossível escrever sobre este longa da Pixar sem levar em consideração sua pulsante e apaixonada defesa da importância da arte, da curiosidade, da reflexão e de como tudo isso nos torna humanos. Como Carlitos, Wall-e não sabe utilizar os objetos que não no sentido de criar o belo; como Carlitos, Wall-e é solitário (também) por olhar para as coisas e enxergar além de sua função prática.
Creio que pela primeira vez vi forma e conteúdo (no caso específico das produções da Pixar) ocuparem lugar de mesma importância. Essa integração harmoniosa é, talvez, o grande motivo do filme ter me arrebatado tão completamente.
Poesia de imagens.

2 comentários:

glenda marinho disse...

Waall eeeeeeeeeeeeeeeeee !
Não gostei !










êeeeeee !
Brincadeira !
Tá ficando clichê já eu gostar dos teus textos.
Eu gostei muito desse na verdade ^^
Gosto de como escreves.
Não lembro se foi tu, ou quem foi que tava falando sobre o olhar do Wall-e.
Cara, nem fale ! Como pode ?
É "só" uma animação, é "só" um robô... de onde veio aquele olhar !
Cara, a resposta é : não é "só" !
PIXAR !
PIXAR !
PIXAR !

Maurício Borba Filho disse...

Wall- E owns hoho