sábado, 7 de janeiro de 2012

DAS MELHORES COISAS DE 2011

2011, ano pessoalmente canalha, mas esteticamente interessante – vamos à lista!



A DOCE VIDA – Assisti-lo, em película, foi ser nocauteado pela beleza só possível no cinema. Foi ter certeza de que existe algo no humano muito maior que o humano. Foi sair do cinema e querer morrer abraçado a um amigo. Não gosta desse filme? Desculpe, mas desista do cinema, pois não há nada nele pra você.




O REI LEÃO – A recordação é, talvez, a forma mais contundente de celebrar uma imagem – é como transformamos a imagem em sangue e sentimento. E o que é O Rei Leão se não a recordação exata do que já fui e daquilo que viria a ser? Último épico do estúdio que foi meu útero cinematográfico, despedida de uma certa forma de fazer animação, obra que provavelmente enlouqueceria John Ford e deixaria Tarkovsky com inveja da câmera sem limites da animação. Eterna. Lágrimas. Coração.




CÓPIA FIEL – Tem verdades que só vem com a mentira. Tem belezas que são oblíquas e certas coisas só se entende dissimulando. Certas imagens só se completam se sobrepostas. Como disse um crítico “Cópia Fiel deixa de ser grande para ser infinito”. É: infinito.




UM LUGAR QUALQUER – Poesia do abandono. Evidenciar beleza do vulgar. Dar a partida de um homem morto através da luz e do movimento de uma ninfa. Fazer música com o alarme de um carro. Criar hamonia com o som do Guitar Hero. Abraçar o coração com um zoom-out.




HOW I MET YOUR MOTHER – Prova que não existe formato esgotado, apenas mentes esgotadas. Que, quando se trata de sensibilidade, não importa se falamos de humor ou drama, de cinema ou TV. Que a montagem pode fazer milagres e que saber quando cortar para a próxima cena muda a cena que veio antes e prepara (ou não) para a cena que virá depois. Assistam e aprendam.




BRAVURA INDÔMITA – Beleza da pedra. Sem mais.




ÁRVORE DA VIDA – A importância de errar pra superar a perfeição e atingir a Verdade.




EMILY DICKINSON – Milagrosa. Pura luz. Gostaria de morar na poesia dela.



MOBY DICK – Daqueles livros que poderiam começar uma religião. Daqueles que se tornam referência pessoal para compreensão alheia. Monumental. Inescapável.


SALLY MANN – Ressignificou a palavra expressiva. Rigor maternal. Existe algo que só (n)as crianças... !

(Obviamente, nem tudo aqui foi produzido em 2011 - se trata, simplesmente do que eu vou levar deste ano)